Práticas para controle de insetos são muito antigas.
Há registro de seu uso na China há mais de 2.000 anos.
Basicamente, eram práticas de controle biológico direcionadas
ao enfrentamento das pragas agrícolas.
No final do século XIX, descobriu-se que certas
espécies de insetos e outros artrópodos eram responsáveis
pela transmissão de algumas das mais importantes
doenças. Vacinas ou medicamentos efetivos
contra a maioria delas ainda não estavam disponíveis
e o controle da transmissão era, todavia, fortemente
centralizado no combate ao vetor.
Os primeiros
programas de controle eram baseados em medidas
físicas e na aplicação de óleo ou de verde de Paris
nos criadouros. Atualmente, muitas doenças contam
com vacinas eficazes, caso da febre amarela, ou com
medicamentos geralmente eficientes, caso da malária.
Todavia, o controle do vetor ainda é imprescindível
para prevenir diversas doenças entre as quais a dengue
é o melhor exemplo , parte integrante de muitos
programas de saúde, como os dirigidos à prevenção e
controle da malária e das leishmanioses.
O papel do controle de vetores
prevenir a infecção mediante o bloqueio ou redução
da transmissão, sendo seus principais objetivos:
I) Manejar os problemas existentes, como surtos,
epidemias, alta mortalidade e alta morbidade.
II) Prevenir epidemias ou a re-introdução de
doenças.
III) Reduzir os fatores de risco ambiental da
transmissão.
Para que esses três objetivos sejam alcançados, é
necessário contar com informações sobre o hospedeiro
humano, a doença, o vetor e o ambiente; e dispor
dos recursos necessários para aplicação oportuna.
O controle efetivo dos vetores não pode depender
de um só método. Ao contrário, ele deve dispor
de várias alternativas, adequadas à realidade local,
que permitam sua execução de forma integrada e
seletiva.
O controle (ou manejo) integrado trata do planejamento
unificado de controle, de acordo com as condições
ambientais e a dinâmica populacional do vetor.
São selecionados os métodos de controle apropriados
e as populações do vetor são mantidas em níveis que
não causam dano à saúde.
O controle seletivo do vetor, definido pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), pode ser considerado
uma operacionalização do controle integrado. Ele
inclui a seleção das metodologias mais efetivas a serem
utilizadas, com base na realidade local, e compreende
três fases: a) definição de local; b) levantamento das
informações necessárias; e c) decisão sobre o momento
e a forma de sua implementação.
Os componentes do controle integrado de vetores
incluem vigilância, redução da fonte (ou manejo ambiental),
controle biológico, controle químico com
uso de inseticidas e repelentes, armadilhas e manejo
da resistência a inseticidas.
O manejo ambiental lança mão de medidas para
eliminar o vetor ou seus focos, ou, ainda, para impedir
o contato homem-vetor, como a eliminação de
criadouros, a drenagem e a instalação de telas em
portas e janelas.
O controle biológico de mosquitos inclui o uso de
vários predadores, invertebrados aquáticos (como
Toxorhynchites ou copépodos) ou peixes (Gambusia
sp. e outros) que comem larvas e pupas. Entre as medidas
de controle biológico, também se encontram o uso
de patógenos, como o fungo Lagenedium giganteum,
e de parasitas, como os nemátodeos (Romanomermis
culicivorax e R. iyengari).
Vários agentes de
controle biológico apresentaram um bom potencial
para suprimir populações de mosquitos, como o peixe
predador Gambusia affinis, as bactérias patógenas
Bacillus thuringiensis israelensis (Bti) e Bacillus
sphaericus (Bs) e o fungo patógeno Metharizium
anisopliae.
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