Genebra, 29 out. (EFE). - A Terra perdeu, em pouco mais de um quarto de século, quase um terço de sua riqueza biológica e recursos, e no atual ritmo, a humanidade necessitará de dois planetas em 2030 para manter seu estilo de vida, advertiu hoje o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, por sua sigla em inglês).
A demanda da população excede em cerca de 30% a capacidade regeneradora da Terra, segundo o Relatório Planeta Vivo 2008, divulgado por esta organização ambientalista a cada dois anos sobre a situação ambiental dos ecossistemas.
"O mundo está lutando atualmente com as conseqüências de ter supervalorizado seus ativos financeiros. Mas uma crise muito mais grave ainda virá: um desastre ecológico causado pela não valorização de nossos recursos ambientais, que são à base de toda a vida e da prosperidade", disse o diretor-geral da WWF, James Leape.
O estudo mostra que mais de 75% da população mundial vive atualmente em países que são "devedores ecológicos", onde o consumo nacional superou sua capacidade biológica de regeneração.
"A maioria de nós segue alimentando nosso estilo de vida e nosso crescimento econômico extraindo cada vez mais o capital ecológico de outras partes do mundo", afirmou Leape.
"Se as demandas em nosso planeta continuarem crescendo no mesmo ritmo, em meados dos anos 30 necessitaremos do equivalente a dois planetas para manter nosso estilo de vida", acrescentou.
O relatório, elaborado desde 1998, revela que o Índice Planeta Vivo (IPV) caiu quase 30% desde 1970. Isto significa que se reduziram nessa proporção aproximadamente cinco mil povoações naturais de cerca de 1.686 espécies, uma taxa superior a de 25% do relatório de 2006.
Estas perdas se devem a fatores como desmatamento, poluição, pesca proibida, impacto de diques e mudança climática.
"Estamos atuando ecologicamente (...) buscando a gratificação imediata sem olhar as conseqüências", lamentou Jonathan Loh, co-diretor da Sociedade Zoológica de Londres.
Segundo o estudo, que mediu a "pegada ecológica da humanidade", ou a deterioração que as atividades humanas produzem nos sistemas naturais, estas utilizaram uma média de
Os Estados Unidos e a China contam com as maiores pegadas ecológicas nacionais. Cada um conta com 21% da capacidade global de absorver o impacto, no entanto os dois países "consomem" uma parte muito maior dos recursos.
Assim, cada cidadão dos EUA requer uma média de
Além disso, oito nações - EUA, Brasil, Rússia, China, Índia, Canadá, Argentina e Austrália - contêm mais da metade dessa capacidade global.
No entanto, EUA, China e Índia, devido a suas povoações e hábitos de consumo, são "devedores ecológicos", com pegadas ecológicas superiores às suas capacidades, pois a excedem, respectivamente, 1,8 vezes, 2,3 vezes, e 2,2 vezes.
Estes dados contrastam com os do Congo, com uma capacidade de absorver o impacto de quase 14 hectares globais por pessoa e que só utiliza 0,5 por habitante, mas que enfrenta um futuro de degradação ambiental pelo desmatamento e pelas crescentes demandas de uma população em crescimento e por pressões para exportar seus produtos.
Fonte: Site Yahoo
Nossa opinião: Vamos falar pouco, dessa vez, talvez quase nada, : "Quem brinca com fogo, acaba queimado". Tomara que dê tempo...para as futuras gerações!
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